Do Social Good Brasil

A presença feminina vem forte (como deve ser) no Festival SGB deste ano, que acontece em Florianópolis nos dias 27 e 28 de outubro. Nesse post, você  vai conhecer quatro das mulheres incríveis que participarão do evento em painéis e workshops:

Adriana Barbosa

Há 15 anos, quando estava sem emprego, Adriana Barbosa teve uma ideia. Ela queria montar uma feira étnica em São Paulo que fosse voltada para mulheres e homens negros e representasse a cultura afro-brasileira com diversos produtos, serviços e espaços de troca. Assim surgiu a Feira Preta, evento anual realizado desde 2002 que já recebeu mais de 120 mil visitantes. A Feira cresceu e virou uma plataforma completa de apoio ao empreendedorismo negro no Brasil, funcionando como aceleradora e incubadora de negócios afro-brasileiros em áreas como arte, moda, cosméticos, gastronomia, comunicação, audiovisual, e outras.

Não foi fácil. A iniciativa nem sempre deu retorno financeiro, e o racismo estrutural é uma barreira que precisa ser diariamente superada. Neste ano, a Adriana foi eleita pela MIPAD – Most Influential People of Africa Descent, da ONU, como uma das 51 pessoas negras com menos de 40 anos mais influentes do mundo. No último dia 27 de setembro ela participou de um jantar em Nova York com o ex-presidente dos EUA, Barack Obama.

Ela está confirmada no Festival SGB 2017 no painel “Carreira, propósito, realização: o que é sucesso pra você?”. O Rodrigo Vieira da Cunha,  fundador da Profile e embaixador sênior do TEDx na América Latina, vai entrevistar a Adriana sobre suaa história de protagonismo e como alinhar trabalho, propósito e a importância do  autoconhecimento para empreendedores e inovadores.

Beatriz Lonskis

Surda de nascença, Beatriz é designer com dez anos de experiência e atua na área de experiência do usuário (UX) há seis, focada em acessibilidade digital. Trabalha no jornal Valor Econômico como UX Designer. Quando começou a estudar e falar sobre design inclusivo e inclusão social por meio da tecnologia, passou a amar mais ainda sua profissão. Para ela, a essência do design é projetar para todos, sem excluir. “É uma das profissões nas quais se pode aprender muito sobre as pessoas também antes de designers, somos também seres humanos.”

Já falou sobre acessibilidade digital em duas conferências muito importantes para comunidades de UX Design e profissionais digitais: UXConfBR 2017 e The Developer’s Conference 2017. Antes disso, participou  do projeto Young Voices, da ONG britânica Leonard Cheshire, na Etiópia, em 2008. Seu grande desejo é ver todos os seres humanos — especialmente idosos e pessoas com algum tipo de deficiência — se sintam incluídos e sejam participativas na sociedade.

A Beatriz vai participar do painel de encerramento do Festival: “Tecnologia para todos? – A importância da inclusão de pessoas com deficiência” ao lado do Fernando Botelho, fundador da F123, e da Michelle Frasson, UX Designer da Neoway.

Denise Teófilo

Denise é graduanda em Educomunicação pela USP.  Pesquisa e trabalha com ações que promovem o empoderamento feminino, desenvolvimento social e cidadania, principalmente em assuntos relacionados às questões afro brasileiras.

É cofundadora do projeto de afrobetização Adeola – Princesas e GuerreirasCom a representação do protagonismo das mulheres negras, o projeto visita escolas, espaços culturais e plataformas online, contando as história da cultura africana e afro brasileiras. As questões das relações raciais e de gênero também fazem parte da discussão.

Em 2016, o Adeola recebeu o Prêmio Antonieta de Barros – Jovens Comunicadores Negros e Negras, pela então Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. A cada dia, a Denise e o Adeola reafirmam a importância de tratar da estima e cuidado. “Construímos e entendemos coletivamente a importância da Afrobetização, para uma sociedade mais equânime e humana.”

A Denise vem para o Festival SGB comandar um workshop sobre afrobetização e cultura negra nas escolas.

Sheila Souza

A Sheila é a idealizadora e criadora da Brazilidade. É formada e pós graduada em Turismo e nascida, criada e moradora do Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Fala inglês, espanhol e fez curso de alemão. Desde 1992 experiência em viagens motivou a Sheila a ser uma das pioneiras no turismo de base comunitária no Morro Dona Marta, mostrando para o mundo tudo o que o morro tem de melhor. Esse tipo de turismo busca incluir toda a comunidade nas atividades, gerando emprego e valorizando a cultura local sem segregar o espaço público apenas aos visitantes endinheirados.

Depois de alguns projetos, em 2010 fundou oficialmente a Brazilidade, empresa de turismo que organiza visitas guiadas e palestras no Dona Marta. A iniciativa já participou da Incubadora Rio Criativo e foi convidada pelas Nações Unidas a participar do Fórum Urbano de Bangladesh em 2010.

O Dona Marta é hoje reconhecido com uma dos melhores lugares do Rio de Janeiro e do Brasil. “A Brazilidade hoje é um pouquinho de mim e também de todos aqueles que passam pelo morro através dela”, conta Sheila. Hoje, a empresa também é apoiada pela Red Bull Amaphiko. A principal missão é gerar respeito pela cultura da favela e sua história compartilhando informação, provocando discussão e criando legados sociais.

No Festival SGB 2017, a Sheila vai trazer a cultura do Dona Marta no workshop sobre abundância na periferia.