Levantamento inédito lançado pelo Sebrae identificou as regiões Sul e Sudeste como polos de geração de energia fotovoltaica no país

Originalmente publicado pela Agência Sebrae de Notícias

O Brasil tem mais de mil pequenos e médios negócios atuando na cadeia de energia solar fotovoltaica, de acordo com um levantamento inédito lançado pelo Sebrae nesta terça-feira (13), durante o Encontro de Energias Renováveis, em São Paulo. A maioria dessas empresas trabalha com prestação de serviços – como o de instalação e manutenção dos módulos solares – mas há, também, startups com foco no desenvolvimento de tecnologias mais eficientes ou de novos modelos de negócios para a comercialização desse tipo de energia.

O estudo identificou as regiões Sul e Sudeste como polos de geração de energia fotovoltaica no país. Além de contarem com boa distribuição do recurso solar, esses locais trazem vantagens para os empresários, tais como incentivos fiscais, infraestrutura estabelecida e qualidade da mão de obra. “Muitos ingressam na cadeia porque a atividade se torna complementar a algum outro negócio que a empresa já vem desenvolvendo”, explicou Eduardo Tobias, diretor da Clean Energy Latin America (Cela), empresa contratada para a elaboração do estudo.

A energia fotovoltaica deve representar 32% da matriz elétrica brasileira até 2040, segundo projeções da Bloomberg. Os cálculos feitos pela Cela indicam que o setor deve movimentar uma média anual de quase R$ 15 bilhões no país até lá. Grande parte desse montante (74%) deve ser revertida para projetos de geração distribuída, que, em sua maioria, ficam nas mãos de pequenos negócios.

“Esses dados são importantíssimos para que o Sebrae e outras instituições parceiras possam estruturar a estratégia de apoio aos micro e pequenos empresários que desejam ingressar ou se fortalecer na cadeia”, disse a coordenadora do Macrossegmento Energia do Sebrae, Eliane Borges. O estudo será disponibilizado na Biblioteca Interativa do Sebrae (BIS) a partir de agosto.

O levantamento trouxe, ainda, informações sobre as 69 linhas de financiamento que podem atender ao setor solar no Brasil. Embora haja muitas opções, o setor enfrenta dificuldades com a burocracia, com a oferta de garantias e com o alto custo. “Existe uma questão relacionada ao público-alvo. Muitas linhas são pensadas para o consumidor final de energia e não para a empresa que pensa em soluções”, comentou o diretor da Cela.

Rodada

Além do lançamento do estudo, o Encontro de Negócios em Energias Renováveis abrigou a primeira rodada internacional de negócios para as cadeias de energia eólica e solar fotovoltaica organizada pelo Sebrae. Na segunda (12), primeiro dia de reuniões, 58 donos de pequenos negócios foram recebidos por 12 empresas âncoras, em um total de 67 encontros. A expectativa dos micro e pequenos empreendedores é que as atividades gerem retorno da ordem de R$ 11,3 milhões.

“Tivemos um retorno muito bom no primeiro dia. Noventa e quatro por cento dos fornecedores e 69% das empresas âncoras tiveram suas expectativas atendidas ou superadas. Oito pequenos negócios já saíram da rodada com a missão de elaborar uma proposta”, comemorou Cristina Araújo, que trabalha no Macrossegmento Energia do Sebrae.

Bruno Scarpin, da startup Cubienergia – atendida pelo Sebrae São Paulo – foi ao evento em busca de insights sobre seu negócio. A empresa oferece soluções em hardware e software para companhias que desejam fazer uma melhor gestão energética. “Estamos buscando a sinergia com grandes empresas e esperamos ter boas conversas a partir daqui”, comentou.

Roberto Francisco da Silva, dono da Robefer Indústria e Comércio (que fabrica usinagens e outros dispositivos para a indústria), veio de Santo André para a rodada em busca de parcerias comerciais. “Podemos oferecer peças para a cadeia solar fotovoltaica e estou aqui para atrair investimentos”, contou ele, que tem sob sua supervisão sete funcionários.