Do GIFE

Para incentivar o desenvolvimento de novas soluções para desafios e problemas sociais e ambientais, estão abertas as inscrições para a “2ª Chamada ICE-BID de Financiamento Semente para Negócios de Impacto Socioambiental e aporte a aceleradoras-incubadoras”.

A iniciativa do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nasceu com o objetivo de oferecer  um apoio inicial a negócios de impacto, para que consigam se estruturar, atingir novos estágios de maturação, bem como desenvolver métodos para buscar outras formas de financiamento. Além disso, parte do orçamento do edital é destinado a aceleradoras e incubadoras (A&I) que trabalham para fortalecer esses negócios.

Segundo o analista de programas do ICE, Samir Hamra, durante as negociações para criação do edital, que teve sua primeira edição em 2017, as duas organizações pontuaram a necessidade de contribuir para o fechamento da lacuna de financiamento que existe no ecossistema, com a aproximação de fundos de investimento das novas propostas de negócios.

“Os negócios de impacto conseguem captar os primeiros recursos para desenvolver os protótipos, mas não para chegar ao grau de maturidade e captar recursos com fundos de venture capital, por exemplo. Então de um lado estão os negócios dizendo ‘estou aqui e preciso de dinheiro’ e do outro estão os fundos falando ‘temos dinheiro só que não há bons negócios’. Para resolver esse problema, precisamos atrair mais investidores para aportarem recursos em negócios nesse estágio mais inicial ao mostrar que faz sentido e há retorno ao colocar dinheiro nesse campo”.

Com essa segunda chamada, a ideia é selecionar negócios vinculados às incubadoras ou aceleradoras pelas quais eles passaram ou onde ainda estão recebendo apoio. Samir ressalta que essa estratégia conversa diretamente com um dos objetivos do edital, de fortalecer as aceleradoras e reconhecê-las como importantes intermediárias. “Nós entendemos que elas têm um papel fundamental em preparar esses negócios para conseguirem receber investimento em diferentes formatos”, defende o analista.

Além de possibilitar que os negócios de impacto socioambiental existentes continuem suas ações, o edital também é uma forma de incentivar o surgimento de novas propostas, uma vez que dá visibilidade ao tema e mostra aos empreendedores, atuantes ou não, que há recursos a serem captados.

“Esse tipo de chamada chega em vários ambientes de inovação que estão mais próximos de empreendedores em potencial, porque qualquer profissional dessa área pensa onde vai conseguir captar recursos. Ao saber que existe recurso disponível para novos negócios de impacto ambiental, por exemplo, ele já fica mais sensível ao tema e começa a pensar em como se desenvolver nesse aspecto”, ressalta Samir.

Critérios de participação

Podem participar da seleção negócios de impacto social ou ambiental (desde que tenham cunho social e atendam, de alguma forma, populações vulneráveis), que tenham finalizado o processo de incubação ou aceleração até março de 2015, ou ainda estar nesse processo, além de ter pelo menos um dos sócios com dedicação integral ao negócio.

Já as A&I precisam ter sede no Brasil, estarem em operação há pelo menos dois anos, ter incubado pelo menos quatro negócios de impacto ou ter participado do Programa de Incubação e Aceleração de Impacto (promovido pelo ICE, Anprotec e SEBRAE, nas turmas 2015-2016 ou 2016-2017).

Ao todo, estão disponíveis R$ 1,6 milhão para o edital: desse valor, 85% será destinado ao apoio à novos negócios (R$ 1.360.00,00) e 15% às aceleradoras e incubadoras (R$ 240.000,00).

Seleção

Depois de uma avaliação das inscrições para verificar a elegibilidade dos pares A&I+Negócio de Impacto, a próxima fase da seleção consiste na aplicação de critérios e pesos como: capacidade das incubadoras de apoiarem os negócios e trabalharem para a mobilização de recursos; e acompanhamento de indicadores de resultados sociais, ambientais e econômicos.

Já para os negócios de impacto, serão avaliados pontos como: tese de impacto bem definida e embasada; relevância do problema que se propõe a resolver; potencial de escala da solução; qualidade do acompanhamento de indicadores sociais ou ambientais; perfil empreendedor do negócio; experiência da equipe; produto validado por MVP (Mínimo Produto Viável, em tradução livre); estratégia de sustentabilidade financeira bem definida, entre outros. Todos os critérios podem ser consultados no regulamento, disponível na íntegra no site da Chamada.

Já a avaliação final ficará a cargo de um comitê, composto por representantes do BID (que participam como observadores) e do ICE, além de profissionais da área, como a presidente do Instituto Feira Preta, Adriana Barbosa; o presidente do Conselho da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Dario Guarita Neto; o fundador da Astella Investimentos, Edson Rigonatti, entre outros.

As inscrições podem ser realizadas via preenchimento do formulário disponível no site da chamada até dia 18 de maio. O resultado da lista de selecionados será divulgado em agosto.

Vale ressaltar que os negócios que forem selecionados devem se comprometer a buscar outras fontes de recursos, com o levantamento de uma contrapartida em um valor pelo menos igual ao que será fornecido pelo ICE-BID.

Eventuais dúvidas devem ser esclarecidas no regulamentou ou encaminhadas para o endereço ice@ice.org.br.