Do ICE

Reunir numa mesma plataforma negócios de impacto que se estruturam nas diferentes regiões do Brasil é o objetivo do 2º Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, realizado pela Pipe.Social em parceria com mais de 50 organizações. O cadastro está aberto até o dia 30 de novembro.

O estudo colaborativo reúne investidores, aceleradoras, incubadoras, fundos de investimento, investidores-anjo, organizações sociais, instituições e empresas, todos interessados em descobrir soluções inovadoras no país, que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas e a incentivar uma economia mais sustentável.

Com a ampliação do número de organizações parceiras em relação ao mapeamento anterior, realizado em 2017, a expectativa é dobrar o número de negócios levantados, chegado a cerca de 1.200.

O 2º Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental é uma oportunidade para atores do ecossistema de impacto medirem o tamanho do setor da economia que tem movimentado cerca de US$ 60 bilhões em nível global, registrando um aumento de 7% ao ano, segundo dados da Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs). Outro ponto importante é que o mapeamento também vai aproximar os players desses negócios para que conheçam as soluções inovadoras que já existem e quais as reais e atuais necessidades dos negócios.

Avanços e expectativas

A primeira edição do Mapa registrou 579 negócios. Destes, 70% estão formalizados e 40% tem até 3 anos. A região Sudeste concentrou a maior parte dos negócios, 63%, sendo 43% somente no estado de São Paulo. Grande parte dos negócios de impacto focou nas áreas de Educação (38%), seguido de Tecnologias Verdes, com 23%, e Cidadania com 12%.  Saúde, Finanças e Cidades somaram 10%, 9% e 8% respectivamente.

“No primeiro Mapa, a gente fez um esforço para mobilizar o ecossistema e trazer estatísticas do setor, mas não tínhamos um comparativo anterior para saber ao certo o quanto conseguiríamos penetrar no universo dos negócios de impacto, se íamos conseguir chegar em todos os estados e ter números relevantes. Nesta segunda edição, temos mais parceiros no Norte e no Nordeste, o que vai garantir uma amostragem relevante dessas regiões. O primeiro Mapa trouxe uma concentração de negócios no Sudeste em parte por causa do maior número de parceiros com atuação nessa região”, avalia Mariana Fonseca, cofundadora da Pipe.Social.

Além de serem contabilizados e ganharem voz, os empreendedores inscritos na segunda edição do Mapa vão ganhar um perfil ativo na Pipe.Social, que permite expor suas soluções para os atores do ecossistema de impacto. A plataforma é dinâmica e os inovadores podem editar e incrementar o perfil a qualquer momento para que a evolução do seu negócio possa ser acompanhada e os investidores possam ter a dimensão em que etapa eles estão e onde podem ajudá-los.

Para saber mais, acesse o site do mapa.

Reflexos no ecossistema

 A primeira edição do mapa já proporcionou uma adequação importante para o campo: “No último mapa, observamos a necessidade de seed money ou de tickets menores de investimento para negócios em fases iniciais. O ecossistema reagiu e várias iniciativas vêm focando em oferecer esses recursos para os empreendedores.

Ter uma visão e um olhar geral ajuda bastante não só os negócios a se posicionarem, mas também orienta todo o ecossistema. É muito interessante notar que o mapa acaba ajudando a pautar as decisões do campo como um todo”, avalia Mariana.

Para Célia Cruz, do ICE, é muito relevante que a plataforma da Pipe utilize os quatro princípios da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto para caracterizar os empreendimentos: (1) Ter no seu core a resolução de um problema socioambiental com impacto na população de baixa renda; (2) Medir esse impacto; (3) Ter produtos e serviços que deem sustentabilidade financeira ao negócio; (4) Ter um modelo de governança que cada vez mais inclua a voz da população que esses negócios estão atendendo.

“O ICE e a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto acreditam na importância da plataforma da Pipe.Social para a integração dos negócios de impacto, como um meio importante para investidores (as) e atores do ecossistema encontrarem os negócios de impacto que buscam, acessando informações sobre as soluções que entregam, seus modelos de negócio, impacto mensurado e os times dos empreendedores(as)”, diz Célia.

Ela destaca outras plataformas complementares à da Pipe, como a da Origens Brasil – que aponta negócios que podem entrar na cadeia de valor de grandes empresas -, e a da Conexus – que tem um papel de mapear negócios mais inclusivos, com viés mais ambiental – e a importância de estabelecer uma conexão entre elas: “Estamos enxergando também a necessidade de ter uma federação de plataformas, para que todas elas se conectem e isso facilite, por exemplo, o papel de investidores internacionais, que podem em um só lugar conhecer todos os negócios de impacto no Brasil, ou na América Latina, na África, enfim, com um potencial de comparabilidade entre esses negócios em que estão investindo.”