Negócios de impacto social estruturam mercados de serviços básicos que nem sempre o Estado consegue fornecer como deveria

Em artigo para a Folha.com, Marco Gorini, co-fundador da Din4mo, organização de apoio a negócios de impacto social, explica como negócios sociais estruturam mercados e oferecem serviços e bens em comunidades carentes. Muitas vezes solucionando a deficiência de serviços básicos, que o Estado nem sempre é capaz de fornecer, como educação, saúde, serviços financeiros e habitação.

Como exemplo, Gorini cita o Programa Vivenda, empresa social apoiada pela Din4mo:

Basta pensar no déficit habitacional de 7 milhões de lares ou nos 14 milhões de famílias cujas moradias precisam de reformas urgentes. O mercado “formiguinha” da construção civil acaba atendendo essa demanda de forma precária e improvisada, sem que as políticas públicas existentes consigam atender à enorme necessidade existente.

Nesse sentido, a proposta mais original do campo dos negócios de impacto é a criação e a estruturação de mercados que não existem, de forma a atender a necessidades reais e urgentes. Este é, por exemplo, o caso do Programa Vivenda, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015.

A empresa se propõe a vender kits de reforma de cômodos, com planejamento da obra, acabamento adequado, execução em seis dias, gestão de todo o processo e parcelamento do valor para que caiba no bolso das famílias.

Ao desenvolver esse modelo, eles criaram algo que não existia antes: ninguém comprava e vendia dessa forma, e as famílias necessitadas se viravam como podiam, com soluções improvisadas, não raro gerando desperdício e levando a acidentes e custos elevados no longo prazo.

Opina também que o modelo de startups de impacto difere daquele mais conhecido das startups de tecnologia do Vale do Silício:

Nada contra o estilo de empreendedorismo do campo de tecnologia, mas a realidade dos projetos que atendem às necessidades mais agudas da base da pirâmide fica, em geral, muito distante do glamour dos negócios do Vale do Silício, com as startups “unicórnio”, que, com pouco mais de um ano de atuação, podem atingir um valor de mercado de um bilhão de dólares.

Trabalhar em negócios de impacto significa reconhecer que estamos falando de campos de difícil atuação, com regulação precária, consumidores ariscos e pouquíssimos parceiros dispostos a correr os riscos necessários.

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Foto: Vivenda leva reforma de baixo custo para favelas de São Paulo, como a casa de Antonio da Silva