Realizado no Rio de Janeiro, o evento contou com o lançamento de duas publicações da série “Caminhos da Responsabilidade Socioambiental no BNDES”

Por SITAWI Finanças do Bem

Os quatro anos decorridos a partir da Resolução CMN 4.327, principal marco regulatório sobre o tema no setor financeiro, resultaram em novas políticas, compromissos e práticas não apenas nos bancos, mas também reguladores e outras instituições financeiras, como bancos de desenvolvimento, fundos de pensão e gestores de private equity.

Com o objetivo de discutir os avanços mais recentes do setor financeiro na gestão socioambiental de gestão de investimentos, a SITAWI Finanças do Bem reuniu especialistas para compartilhar suas experiências e comentar os desafios que ainda precisam ser superados. Realizado no dia 27 de setembro, o evento “Investimento Responsável: do crédito ao mercado de capitais” contou com a presença de representantes do Banco Central do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do Brasil (BCB), da Petros e do Banco Votorantim.

Este evento corrobora com a nossa visão por um mundo onde o capital é mais abundante e paciente para organizações que sejam socialmente responsáveis e levem em conta o impacto socioambiental positivo em suas decisões e gestão de seus investimentos, comentou Gustavo Pimentel, diretor da SITAWI, na fala de abertura. O espaço inicial contou também com a participação de André Loureiro, Superintendente da Área de Investimento, Fundos e Garantias do BNDES, e José Alexandre Vasco, da CVM.

“A reflexão sobre como o mercado de capitais pode contribuir para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é plenamente necessária, estratégica e importante, não só para o país mas também para o próprio mercado de capitais”, comentou José Alexandre Vasco, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na abertura do evento. Vasco contou sobre a experiência da instituição no âmbito do Laboratório de Inovação Financeira –  LAB, que conta com consultoria especializada da SITAWI e deu passos importantes na estruturação de um diálogo para avaliar os instrumentos disponíveis e pensar formas de promover o desenvolvimento do mercado alinhado aos ODS.

No evento, foram lançados dois estudos da série Caminhos da Responsabilidade Socioambiental no BNDES: um deles analisa a implementação do Plano da Política de Responsabilidade Social e Ambiental no BNDES entre 2015 e o 1º sem/2018. O outro, de caráter temático, examinou os investimentos do banco no mercado de capitais e apresentou propostas para a incorporação de questões socioambientais neste segmento. Os estudos nortearam a temática dos painéis que são comentados a seguir.

Política de Responsabilidade Social e Ambiental nos bancos

Os avanços na implementação da Política de Responsabilidade Social e Ambiental (PRSA) nos bancos integraram a discussão do primeiro painel, moderado por Guilherme Teixeira, consultor de Finanças Sustentáveis da SITAWI. A mesa contou com a participação de Enrico Dalla Riva, do Banco Central, Daniela Baccas, do BNDES, e Henrique Amaral, do Banco Votorantim.

Baccas apresentou um panorama da implementação da PRSA no BNDES. Segundo a Chefe do Departamento de Meio Ambiente e Gestão do Fundo Amazônia, as premissas para os próximos anos estão alinhadas às mudanças climáticas e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com três objetivos: Atuação Estratégica e Efetividade, Gestão de Riscos Socioambientais e Transparência e Participatividade.

“O monitoramento que a SITAWI faz do Plano de Implementação da PRSA do BNDES desde 2015 apontou os avanços obtidos e as lacunas existentes, a partir do nosso entendimento. Estes resultados estão descritos no relatório publicado, que também traz mensagens de como os aprendizados destes últimos anos devem ser incorporados para a próxima etapa do Plano”, comentou Guilherme Teixeira, consultor de Finanças Sustentáveis da SITAWI e autor do relatório disponível neste link.

Integração socioambiental no mercado de capitais

O mercado de capitais desempenha um papel de extrema importância para o desenvolvimento do país, permitindo maior participação dos agentes poupadores na economia e transparência de empresas, por meio da regulação e demanda de investidores. Além disso, complementa o mercado de crédito, proporcionando investimentos de longo prazo e fomento à inovação.

Dada esta relevância do mercado de capitais, a SITAWI avaliou os investimentos da BNDESPAR nos últimos 10 anos sob a ótica socioambiental. O relatório se fundamenta em algumas motivações para a colocar a questão socioambiental em um papel central na estratégia da BNDESPAR. Uma vez que é subsidiária integral do BNDES que, por ser um banco público, deve ser comprometido em gerar externalidades positivas à sociedade. O estudo lançado durante o evento “Investimento Responsável: do crédito ao mercado de capitais” já apresenta uma análise e recomendações para a recém-lançada Política Socioambiental para Atuação no Mercado de Capitais do BNDES, publicada em julho/2018. Acesse aqui o material.

As recomendações do estudo foram apresentadas por Gustavo Pimentel no segundo painel do evento, que discutiu os desafios da integração socioambiental às diferentes modalidades de investimentos e podem ser conferidas no material disponível neste link. Guilherme Martins, chefe do Departamento de Dívida do Mercado de Capitais do BNDES, Natália Couri, ESG Compliance Officer da Bozano Investimento, e Daniel Lima, diretor de Investimentos da Petros, compartilharam suas experiências e perspectivas sobre o tema.