Tecnologia da Biofabrik é capaz de transformar 1 kg de lixo plástico em um litro de combustível

Todos os anos, mais de 8 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos mares, segundo estimativa da ONU. Caso esse ritmo continue, em 2050 haverá mais lixo plástico do que peixes no oceano, afirma a iniciativa New Plastics Economy.

A solução para esse problema passa pela redução do uso de materiais plásticos (especialmente os descartáveis, de uso único) e pela sua destinação correta após o uso, como o seu reaproveitamento e reciclagem. Mas outra ação também é importante: recolher o lixo plástico que já está nos mares e transformá-los em novos produtos. Na Alemanha, a startup Biofabrik está fazendo justamente isso. Ela recolhe o lixo plástico do oceano e o transforma em combustível.

A solução da startup é capaz de transformar 1 kg de lixo plástico em um litro de combustível, que por sua vez pode fornecer cerca de 3,5 kWh de energia elétrica.

A Biofabrik adota uma tecnologia denominada WASTX. Baseada no processo de pirólise, os compostos de hidrocarbonetos dos resíduos plásticos são quebrados por altas temperaturas com a exclusão de oxigênio. Dessa forma, o plástico é transformado em um composto líquido ou gasoso e pode ser usado para abastecer motores marítimos. Ou pode ser usado em geradores e turbinas e ser convertido em energia elétrica.

A startup passou seis anos desenvolvendo a sua solução tecnológica até chegar à versão atual. Seu maior desafio foi o manuseio de “plásticos não puros”, um problema comum na gestão de resíduos. Atualmente, a Biofabrik é capaz de reciclar tipos de plásticos que antes não eram possíveis. E está se preparando para começar a produção em breve. Sua meta é processar até uma tonelada de resíduos plásticos diariamente.

Segundo Oliver Riedel, fundador da startup:

“Estamos orgulhosos de ter chegado a este ponto depois de mais de seis anos de desenvolvimento. Nosso objetivo foi desenvolver uma solução rentável para o problema dos resíduos plásticos que pode ser implantada remotamente”.

A solução da startup é um bom exemplo de economia circular. Explicamos o conceito em uma matéria da série +imPACTO: Negócios & Propósito, produzida em parceria com a Pipe Social:

Um modelo econômico regenerativo e restaurativo, que valoriza os resíduos da indústria como fontes de novas matérias-primas, com alto valor agregado. E, ao contrário do modelo econômico vigente, torna possível produzir sem esgotar os recursos naturais do planeta.

Ao redor do mundo, têm surgido muitos exemplos de startups que atuam com soluções em economia circular. Incluindo aquelas que tem como objetivo mitigar o problema da poluição plástica do oceano.

Recentemente, publicamos uma matéria sobre seis empresas que limpam o oceano de plásticos descartados e os transformam em novos produtos que valem a pena conhecer. Entre os cases brasileiros, vale a pena conhecer startups como a Boomera, SO+MA e Retalhar.

Para conhecer mais sobre economia circular e sobre soluções para o lixo plástico nos oceanos, recomendamos algumas leituras abaixo.

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Com informações do Ciclo Vivo.