Inovar diante das atualidades do ensino brasileiro e garantir que estudantes e gestores estejam mais preparados e capacitados é o principal papel dos empreendedores que apostam no segmento da educação

Do InovAtiva Brasil

Inovar diante das atualidades do ensino brasileiro e garantir que estudantes e gestores estejam mais preparados e capacitados é o principal papel dos empreendedores que apostam no segmento da educação. De acordo com o estudo Empreendedores de Impacto: as dores e as delícias de inovar em Educação, realizado pelo Instituto Inspirare, startupeiros desdobram-se em vários desafios e suportes que podem clarear o caminho do empreendedorismo em educação e torná-lo menos árduo. Algumas dessas empresas estão sendo acompanhadas por mentores InovAtiva e aguardam o contato com investidores nesta segunda-feira, 24.

Dados coletados na pesquisa, que analisou 50 startups do setor, ainda evidenciam ecossistema, clientes e usuários, que influenciam diretamente na venda do produto/serviço para três interlocutores diferentes. Quem paga, quem aplica e os usuários finais. O primeiro é aquele que vai bancar os custos: pais, diretores ou governo. O segundo é quem de fato vai administrar as soluções e colocá-las em prática: principalmente professores. E, por último, os próprios alunos, usuários finais da maior parte das inovações.

A startup Agenduca é uma das empresas que exploram esse ecossistema. No mercado desde 2015, a empresa aposta num produto que melhore a comunicação entre pais, escola e alunos. A agenda escolar digital é uma forma simples e rápida de interagir com todos os envolvidos na vida educacional dos estudantes e é capaz de oferecer uma relação mais próxima com os responsáveis, mesmo eles não estando fisicamente presentes. Segundo Silvia Roberta, CEO da empresa, o InovAtiva possibilitou que tivessem contato com mentorias de qualidade e maior entendimento sobre o mercado. “Foi a partir do contato com o mentor que entendemos a escola como uma empresa. Com base nesse entendimento, traçamos uma forma concreta de vender o nosso produto, apostando na sensibilização da relação pai e filho, e não somente escola e pai”, comenta.

Outra inovação educacional é a Cronos: Elaboração de Horários Escolares. A solução elimina horários inviáveis dos professores para atingir o horário mais adequado possível. Tem como público-alvo instituições de ensino, como escolas, faculdades e cursos técnicos para elaborar, de maneira automática, seu horário escolar. A startup mineira desenvolve a ferramenta desde 2011 e consolidou a empresa em 2014. “Trabalhar com inovações para educação não é tarefa fácil. Embora seja uma grande oportunidade, estamos em um mercado difícil de vendas. Escola no Brasil é algo esquecido e o capital é pequeno para investir em novas ferramentas, pois é dado prioridade a contas básicas do ensino”, comenta Leonardo Aparecido, sócio-fundador.

Ainda de acordo com o estudo do Instituto Inspirante, os perfis dos inovadores apresentam uma grande diversidade, mas todos têm em comum o fato de serem “desbravadores”, empreendendo em um mercado ainda imaturo, e também carentes, umas das principais dores, por demandarem apoio emocional, financeiro e estratégico. Ambas inovações educacionais estão entre os 133 empreendimentos que passaram para essa fase do ciclo do Programa InovAtiva Brasil e estão no Bootcamp Final em São Paulo. Eles se preparam para apresentação dos projetos à banca de Pitch.

Silvia acredita que o processo de aceleração é um grande aprendizado. “Chegamos ao fim deste ciclo mais preparados e confiantes. Ser selecionada entre as 133 nos mostrou que estamos no caminho certo”, pondera. Já Leonardo relembra como o contato com os mentores fortaleceu ainda mais a empresa, que busca a internacionalização. “Tivemos a oportunidade de fazer parte do InovAtiva depois de anos desenvolvendo a nossa empresa. Visões diferentes, principalmente em áreas que não tínhamos conhecimento, nos fizeram consolidar, ainda mais, nossa plataforma. Estamos em busca de R$ 200 mil de aporte, para fortalecer a startup no Brasil, para depois levar a ideia para fora”, encerra.