Desde pequeno ele queria mudar as manchetes sobre a comunidade onde nasceu, no bairro do Campo Limpo, zona sul de São Paulo. Os índices de violência, um dos mais altos da cidade, eram a única coisa que levavam a região ao noticiário. Thiago Vinicius assumiu cedo essa missão. Aos 15 anos, já estava na primeira turma de empreendedores sociais da Artemisia, onde desenvolveu um projeto de coleta seletiva para resolver o problema das enchentes no Córrego Pirajussara, que passava perto de sua casa. Passou pela ONG Projeto Arrastão e pelo programa de aprendiz da Comgás até perceber que as organizações precisavam olhar para o desenvolvimento da periferia. “A quebrada tem muita ONG, muito assistencialismo, e a gente se ligou que a economia ia ser o fio condutor para trazer várias coisas ligadas ao desenvolvimento da nossa comunidade e ao aumento da qualidade de vida”, diz.

Aos 20 anos, trabalhando na União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências, ele participou da criação do Banco Comunitário União Sampaio. Desde 2009 o banco oferece microcrédito a moradores e empreendedores da região. O dinheiro pode ser tirado em reais, a juros muito baixos, ou em Sampaios, uma moeda social criada por eles para incentivar a circulação de dinheiro na comunidade e o desenvolvimento da economia local – a iniciativa já girou mais de 1 milhão de reais. Mas ainda não era o suficiente. Em 2012, Thiago Vinicius criou a Agência Popular Solano Trindade, que nasceu com o papel de articular o arranjo produtivo local. “Aqui tem muita gente boa fazendo coisas maravilhosas, mas é desorganizado”, diz. “Para uma pessoa fazer um livro, por exemplo, precisa de um designer. A gente montou uma rede sistematizada que é ativada quando recebemos o pedido para fazer um produto cultural”.

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