Da Anjos do Brasil

Perguntas como esta foram respondidas na última Conferência da Anjos do Brasil, em 2017. Edson Rigonati, foi um dos palestrantes convidados e falou sobre a temática.

​Assista abaixo a palestra e leia nosso relato sobre a fala do Edson.

Nunca foi tão barato lançar uma empresa!

Em todo o mundo, há milhões de empreendedores tentando virar mutantes, mas o que faz com que apenas poucos sejam bem sucedidos? Edson Rigonatti, da Astella Investimentos, abordou esta e outras questões-chave para o investidor-anjo na Conferência Nacional Anjos do Brasil.

“Os mutantes têm, basicamente, quatro coisas em comum: supervelocidade, sonho grande, ajuda externa e uma arma secreta”, avalia Rigonatti, enfatizando que essa “arma secreta” geralmente é algo natural de ataque, uma capacidade tão grande que ninguém é capaz de segurar.

Se pararmos para refletir, veremos que, no mundo atual, a maior rede de transportes não tem carros, a maior empresa de hospedagem não tem hotéis, a  maior varejista não tem estoque, a maior empresa de cinema não tem salas e assim por diante. Como, então, adaptar-se a essa nova realidade e se sobressair em meio a tantas pessoas querendo inovar?

Como encontrar e reconhecer empreendedores mutantes?

Rigonatti comenta que, para encontrar empreendedores mutantes, é fundamental se ater a questões relacionadas a time, mercado, recursos e ao próprio desafio do crescimento organizacional.

A média de idade de empreendedores de sucesso no mundo é de 38 anos de idade. Esses mutantes chegam para o campo de batalha já com 10 mil horas em alguma coisa”, conta o investidor, que destaca o primeiro ponto essencial a ser considerado no momento de reconhecer esses talentos.

“O segundo ponto é que eles aprendem muito mais rapidamente do que os demais”, completa Rigonatti, enfatizando que a maioria possui mentores, investidores, ou apenas são famintos por aprendizado. “Eles chegam ao ponto de batalha como times também, já que dificilmente uma pessoa sozinha consegue fazer a guerra.”

Empreendedores com experiência de negócio geralmente atendem grandes empresas, na reflexão do especialista. Já os desenvolvedores têm grande facilidade para criar empresas escaláveis, tais como Google e Facebook. Por isso mesmo, times mistos são ótimos para marketplaces.

Quais são as maiores barreiras para o empreendedor?

Em geral, o que “mata” as empresas são as questões societárias. “Suponhamos que três pessoas fundem uma empresa. No ano seguinte, um deles está cansado, o outro teve filho e, assim, o negócio desmorona”, explica Rigonatti, que recomenda o caminho para que isso não aconteça: flexibilidade na composição societária.

Outro ponto que mina a construção de uma empresa é o mercado. Um empreendedor pode ter a pessoa certa, o time certo, mas, se fizer um produto que ninguém quer, não funciona. “Em toda e qualquer empresa, 50% dos produtos dá errado. Por isso, saber conduzir a jornada é um dos fatores de sucesso”, completa Edson.

Outro impeditivo é ter a ideia certa, mas chegar na hora errada. É preciso ter coragem para saber que ainda não é o momento de colocar algo em prática e que é necessário maior tempo de maturação.

Como mensurar os investimentos em empreendedores mutantes?

Dinheiro é um ponto fundamental quando se fala em mutantes e negócios com grande potencial de crescimento. Isso porque investidores e empreendedores erram nas estimativas, em quase todos os casos. “Pesquisas mostram que demora duas a três vezes mais para se chegar ao Product Marketing Fit”, conta Rigonatti, explicando que estar preparado para isso é essencial para ter sucesso.

Em startups, por exemplo, há cinco ciclos organizacionais: família, tribo, comunidade, cidade e nação. Por isso, existem investidores especializados em cada etapa, focando em cada fase de maturação do negócio. “Pouco dinheiro mata um negócio e muito dinheiro, também”, explica o investidor, que destaca a necessidade de identificar os pontos de quebra.

“Das 20 empresas em que investimos, dez fecharam. A grande maioria delas fechou por falta de foco”, comenta. Isso acontece, em geral, porque o investidor quer apenas um produto, um canal de distribuição, uma persona, e o empreendedor deseja ampliar essa lista.

Outro ponto crítico, segundo o investidor, é trazer gente que não agregue valor ao negócio. Pode até se tratar de um grande talento, mas, se não incorporar a cultura da empresa, não trará bons resultados.

“O trabalho do empreendedor é como o de Moisés. Ele sobe a montanha, mapeia os dez mandamentos e depois os ensina aos outros”, resume Rigonatti.

E você? Em qual fase desses processos está? Vale a pena avaliar se o caminho está certo e adotar medidas para corrigir eventuais falhas o quanto antes!


Foto: StockVault.